RENATO TAPADO
(Porto Alegre, 1962) é um escritor brasileiro radicado em Florianópolis desde 1974.
Em 1987, participou da antologia poética Partilhas (Brasília: Thesaurus/ed. dos autores) e publicou Poemas para quem caminha (Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura/Editora da UFSC), com o qual obteve o Prêmio Luís Delfino de Poesia. Em 1988, publicou Sete procuras (folheto) (Fpolis: Edições Sanfona, edição de Silveira de Souza e Flávio José Cardozo). Em 1990, formou-se em Letras Português/Espanhol na Universidade Federal de Santa Catarina e publicou De laços abertos (São Paulo: ed. do autor/Ed. Scortecci). De 1987 até 1990, trabalhou como professor de Espanhol em diversos cursos.
Em 1991, foi trabalhar como tradutor na Editora José Martí em Havana (Cuba). Participou da antologia 18 poetas catarinenses — a mais nova geração deles (Semprelo/FCC). De volta ao Brasil em 1992, começou o mestrado em Teoria Literária na UFSC e publicou Gravuras (Fpolis: ed. do autor), livrinho sobre o qual um grupo de artistas plásticos do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre fez um álbum de gravuras. Em 1993, publicou Mínimas (Fpolis: Ed. Letras Contemporâneas). No ano seguinte, trabalhou como gerente de Letras na Fundação Catarinense de Cultura, mas logo pediu demissão. Publicou com o artista plástico Jayro Schmidt Imagem (Fpolis: folheto-poema, ed. dos autores), trabalhou como ator no curta-metragem Alva paixão, de Maria Emília de Azevedo (Festival de Gramado 1995), e participou da antologia poética Ilhíada (Fpolis: Ed. Athanor, organizada pelo pintor e poeta Rodrigo de Haro).
Em 1995, Renato Tapado traduziu com Marie-Hélène Torres Poemas, de Pierre Reverdy, e defendeu sua dissertação de mestrado, intitulada Estratégias felinas, sobre Poesia Brasileira Contemporânea, estudando as obras de Armando Freitas Filho e Sebastião Uchoa Leite.
Escreveu, em todo esse período, diversos artigos para os jornais O Estado, Jornal de Santa Catarina, Diário Catarinense e A Notícia. De julho 1996 a dezembro de 1997, foi trabalhar como professor de Português na Universidad Nacional del Nordeste (Resistencia, Argentina). Em 1998, começou o doutorado em Teoria Literária na UFSC e passou a trabalhar como professor de Espanhol e Teoria da Literatura na Unisul, onde foi coordenador-adjunto de Letras até o ano 2000, quando pediu demissão. Publicou com o artista plástico Jayro Schmidt o livro de prosa poética Massala (Florianópolis: ed. dos autores/Ed. Bernúncia).
Em 2001, escreveu o texto do curta-metragem Roda dos Expostos (2001), de Maria Emília Azevedo (Prêmio de Melhor Fotografia no Festival de Cinema de Gramado 2001). No ano seguinte, publicou o diário feminino Mulher azul (Fpolis: ed. do autor/Ed. Bernúncia). Em 2003, participou da antologia Poesia contemporânea em Santa Catarina (Fpolis: Ed. Garapuvu) e traduziu o livro Poeta em Nova York, de Federico García Lorca (Fpolis: Ed. Letras Contemporâneas). Em 2005, foi um dos criadores e editores do Jornal Ego, que durou um ano (seis números). Em 2006, compôs a trilha sonora do documentário Dyckias – Tempos de extinção, Prêmio DOC TV 2006, de Iur Gomez. Em 2007 publicou O lugar do escritor: um ensaio sobre Emil Cioran. Em 2008 participou da antologia O novo conto catarina (Fpolis: Editora da UFSC) e passou a viver parte do tempo em Buenos Aires. Em 2009 publicou o livro de contos Viagens (Fpolis: Ed. da UFSC). Em 2010 participou da antologia Emil Cioran e a filosofia negativa: homenagem ao centenário de nascimento (Porto Alegre: Sulina). Em 2011 participou da antologia Moradas de Orfeu (Fpolis: Letras Contemporâneas) e publicou 10 poemas na Revista Coyote número 23 (Londrina/Iluminuras). Também em 2011 foi lançado o filme Mulher azul, de Maria Emília de Azevedo, baseado em livro homônimo do autor. Em 2012 Publicou Mulher azul/Mujer azul (edição bilíngue português/espanhol). (Fpolis: Secretaria de Cultura e Arte da UFSC). Renato Tapado é revisor de português e tradutor de espanhol. Publicou sete livros.
Fonte: Wikipedia
TAPADO, Renato. Sete procuras. Florianópolis: Edições SANFONA, 1989 [folha dobrada em quatro páginas] São 14 folhetos em uma caixa de plástico) Tiragem 200 exemplares.
Ex. bibl. Antonio Miranda
1
S E R
Ter um lúcido passo
no barro latino
americano — quase
um caminho:
com mãos vermelhas e claras,
negras, mestiças,
soltar sementes no chão
como manhãs mais justas.
3
PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM
(para Eliete)
A foz do teu rio
tem caminhos pintados
de olhares e mãos enlaçadas.
Não perco essas águas sinceras
como pincéis sujos de vida
que brotam com o sol nessas margens.
Assim obedeço meus olhos
e parte de mim se embeleza
perto de um coração selvagem.
5
N Ó S
Os laços inertes
e os toques maquiados,
dispenso.
Disperso o teu núcleo,
me invento mais amplo
à procura do todo.
Sem pressa, me cedo
aos teus eus, desenlaces
de sins e de nãos.
E aí permaneço,
no fundo,
buscando um pedaço de mim
que adormece em teu corpo.
7
POEMA PARA THIAGO DE MELLO
Até da mata
nasce o poeta.
Dos pântanos, misérias,
contrabandos. Até dali,
das clareiras criminosas,
surge o poeta.
Mas são versos
com a força
caudalosa
de quem traz no corpo
um rio de esperança.
E nessas águas,
navega, violento,
à procura do outro:
companheiro.
*
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Página publicada em outubro de 2021
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